Manuel Maria Carrilho: professor, filósofo, político executivo, deputado, comentador ácido, marido da Bárbara Guimarães, pai, capa de revistas, consumidor compulsivo de laca. Nestas infindáveis ramificações do Carrilho, resta o tronco: enamorado de si mesmo.
Sob o signo da verdade, o Carrilho afirma categoricamente que não perdeu as eleições para a Câmara Municipal de Lisboa, foi vítima de um miserável conluio. Afinal o homem que dorme com a Bárbara Guimarães não nasceu para perder, é um conquistador.
O Carrilho é um intelectual e escreveu um livro. Com o penteado impecavelmente alinhado na capa, o Carrilho tem uma missão a cumprir: rangelizar o jornalismo português, criando assim nos meios de comunicação social uma corte de admiradores (reminiscência dos bons velhos tempos de ministro da cultura), e impedir que homens da sua estirpe voltem a ser sujeitos à humilhação da derrota.
O Carrilho lembra o Dantas, o Carrilho cheira mal.