Nada move ZD contra o Carrilho. No entanto, muito antes das queixinhas do Carrilho, houve quem, sem oportunismo e com legitimidade, descobrisse levemente esta ferida que é a promiscuidade entre os poderes económico e político e a comunicação social.
Sob o Signo da Verdade não é a pedrada no charco do mau jornalismo e não existiria se o autor fosse hoje Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ou se a comunicação social tivesse desviado a atenção de um vídeo de propaganda política de mau gosto e um percurso na campanha recheado de incoerências (como apontou JPP - ora não apertava a mão ao Carmona, ora apertava). Este livro não remove o lodo deste universo de troca de influências e de falta de ética e rigor, acrescenta lodo (o Rangel do Texas apressou-se a limpar o nome do Luís Delgado depois de o sujar precipitadamente na noite de segunda).
O problema do Carrilho é mais simples do que o problema do escrutínio da comunicação social: não se pode cuspir no prato onde também se come.