O Mundial de Futebol surge como ocasião propícia para os socratófilos assistirem à implementação de novas medidas rigorosas e ousadas por parte do seu mentor, aproveitando o povo de olhos na televisão e alheado da realidade quotidiana.
Sócrates acredita no valor da nossa equipa, ZD desconfia, mas também participará neste surto de alheamento.
O mundial regressa à Europa, portanto os jogos decorrem a horas decentes e as surpresas serão menos prováveis. Melhor assim, ver na parte final da competição equipas como a Coreia do Sul ou a Turquia não agrada definitivamente ao expectante espectador ZD.
Avançando por um caminho previsível, Brasil e França surgem no prognóstico de ZD como principais favoritos. Os mais recentes campeões mundiais (2002 e 1998) possuem soluções abundantes e os dois maiores desequilibradores: Ronaldinho e Henry. Factores menos positivos poderão ser no Brasil a euforia e o excessivo balanço ofensivo do quadrado mágico e na França o peso da idade de alguns jogadores.
Inglaterra, as inevitáveis Argentina e Itália constituem uma segunda linha de favoritos. Equipas com experiência, qualidade e argumentos sólidos: Terry, Lampard, Gerrard, Messi, Riquelme, Crespo, Buffon, Nesta, Totti são exemplos.
A terceira linha é composta por selecções de cujo curriculum não consta o título de campeão mundial: Espanha, Holanda, República Checa e Portugal. O melhor futebol do mundial poderá passar por aqui - equipas com maturidade, excelentes jogadores e tecnicamente evoluídas. No entanto, os percursos destas selecções nos últimos torneios revelam fragilidade competitiva e oscilação de rendimento, factores penalizantes numa competição com os contornos de um mundial.
A Alemanha, distante dos tempos em que o futebol era um desporto jogado por 11 contra 11 onde normalmente a Alemanha ganhava, está neste vaticínio condenada a ser apenas um ameno anfitrião. Haja cerveja.