No Brasil distribuem-se preservativos, prevenindo as distracções sexuais na folia carnavalesca. Por cá os rapazes correm à florista e tentam reservar a mesa do canto no restaurante para mais uma noite de S. Valentim. No Brasil prepara-se a noite em que se esquece a corrupção, a miséria, a criminalidade, a noite em que os corpos quentes seguem o ritmo do instinto. Por cá o comércio enche as montras com corações e os bolsos com o dinheiro daqueles que não resistem à celebração artificial de um romantismo aparentemente perdido.
Entre a vertigem sexual do hemisfério sul e o oportunismo comercial do hemisfério norte desenha-se um mapa não muito legível das relações afectivas no século XXI.