Portugal é um país que nos seus defeitos esconde virtudes.
E se somos castigados com a atroz incompetência daqueles que nos governam e se julgam a providência divina (resquícios de um sebastianismo que nasceu de uma decadência anciã), temos também a divina benesse de no nosso solo crescerem cepas que dão origem a vinhos que permitem acalmar esta angústia que nos consome.
ZD calcorreou no passado fim de semana terras do Dão (que nada têm de terras do demo, antes pelo contrário) e ouviu a afectuosa narração das aventuras de um casal de produtores de vinho desta região. As videiras, as cubas, as pipas, as garrafas foram etapas assinaladas e a prova começou num frutado e suave rosé e conheceu o ponto culminante numa elegante reserva de 2004.
A Quinta do Perdigão foi vínica epifania num sábado à tarde e o regresso não tardará. Afinal, nesta triste rotina lusitana, há que reencontrar o brilho do que nos inspira.