No mês das colheitas surge a campanha autárquica no seu esplendor máximo. Por todos recantos da nossa província lusitana surgem os coloridos outdoors, enquanto a suspensão do automóvel sucumbe martirizada pelas crateras que povoam a estrada.
Aparece o candidato numa primeira fase, indeciso entre uma pose triunfal, um cruzar de braços à capataz, um olhar dócil, o casaco nas mãos em jeito de "vamos ao trabalho", a gravata conservadora ou uma expressão ameaçadora.
Num segundo momento junta-se o candidato a alguns elementos da lista. Descobrimos que passados 4 anos os vereadores engordaram e que fica sempre bem uma moçoila jovem na fotografia entre os sábios machos.
Por fim chegam os calendários, chapéus, canetas e produtos folclóricos quejandos, sem esquecer o pseudo-sério panfleto de apresentação dos candidatos onde se elencam as tradicionais promessas travestidas de compromissos.
Que alegria, que festa, mas será que não se pode mandar metade do país para o Quénia sem bilhete de regresso?