Vindo do oriente, qual rei mago, aparece este mediático vírus. Arrepia caminho no bater de asas de aves que, insolentes, não reconhecem fronteiras e abrem os noticiários.
ZD não se resigna (onde é que ouviu isto?) e não abdica de um suculento arroz de cabidela.
O alheamento é porventura perigoso neste mundo recheado de armadilhas.
Pior que as epidemias e os furacões é a porta de vidro que transparente surge no nosso caminho e nos convida a entrar, permanecendo fechada.
Num artigo que o tempo tragou, mais precisamente o artigo iniciático deste antro blasfémico, ZD prometeu (seguem-se as presidenciais) que brevemente o senhor Encarnado dar-se-ia a conhecer.
Este senhor tende a fazer da discrição um modus operandi, todavia nos últimos dias as erupções de classe de um clube em agonia há longos anos creditaram o seu aparecimento.
Após destroçar o metro azul e branco (uma locomotiva ofensiva que ameaçou com pólvora seca revolucionar o tristonho futebol português, comandada por um maquinista do país das túlipas, com tiques de supremacia futebolística e com um sério problema de visão em relação a pedaços de tecido branco em movimento), ontem, por pouco, não afundou o submarino amarelo no reino de Castela.
Correm novos tempos e alguém disse: todos nós vivemos num submarino amarelo.
Aproxima-se o dia de reflexão. (Este país apenas reflecte na véspera de eleições. Até lá vaga alheado.)
Zorro Danado ousa sugerir pequenos detalhes que são susceptíveis de fortalecer a reflexão:
Se acordar antes das 13 horas, recomenda-se forte dose de cereais ao pequeno-almoço. É importante que o aparelho digestivo esteja em forma por estes dias.
Enquanto tenta disfarçar com pasta dos dentes a ressaca do sábado de manhã, ouça no volume máximo "Dazed and Confused" (ou, como alternativa, um cd de "quizombas" africanas). Se a sua vizinha se mostrar incomodada, insulte-a (faz parte da terapia).
Tenha sempre ao alcance da sua mão uma boa garrafa de vinho tinto (reserva, se possível). Caso não seja apreciador, comece a apreciar. Já agora convide a sua vizinha para beber um copo.
Junte as memórias da campanha eleitoral e elimine-as (este processo poderá ser complexo mas extremamente estimulante).
Por fim, treine a cruz exaustivamente numa folha branca, afinal há quanto tempo não pega numa caneta (aproveite e desenhe também umas gaivotas).
P.S. Este Carnaval de Outono está no ocaso. Vem aí a Quaresma?