Em deambulação melancólica e ocasional pelos títulos da nossa imprensa, duas notícias cativaram a atenção de ZD. Portugal é o fulcro de ambas.
Portugal é o que menos cresce dos países ricos. Eis a novidade que ninguém esperaria. Nesta crescente corrida aos centros comerciais que adivinha a quadra natalícia, surge a estrela que nos guiará. Ingénuo ou ignorante, ZD desconhecia a integração de Portugal neste lote desejável dos países ricos. Poderá esta notícia ter descoberto um Portugal diferente? Ou será Portugal apenas uma percentagem diminuta da população (que nos governa, foge sistematicamente aos impostos, conhece todos os buracos da nossa legislação, abre contas na Madeira, aceita subornos, abre empresas e declara falência duas semanas depois...)?
Portugal desce para oitavo lugar no consumo mundial de álcool per capita. Será que até aqui não é possível manter uma posição aceitável? São estas notícias que indiciam não haver cura para este país.
Começa a ser obsessão idiota dos nossos jornalistas e cronistas a sintomática necessidade de afirmar a decadência da lusitana pátria neste século XXI. Portanto evitem a leitura de jornais, com a excepção dos desportivos, e leiam blogs manhosos.Este ano de 2005 tem tido contornos de uma verdadeira tragédia clássica e o desejável apaziguamento deste planeta tarda em chegar.
Nos últimos dias França ardeu, a irredutível França assaltada por aqueles que remeteu para uma espécie de limbo onde as opiniões se dividem: escumalha, desprotegidos, desordeiros, vítimas. Carros em chamas, polícias feridos, jovens impunes - os princípios dos estados ocidentais continuam em causa e a hesitação na estratégia a seguir pode ser um vírus incurável.
O nosso Portugal periférico interroga-se se será possível que as chamas cheguem às nossas cidades, enquanto debate o "responsável" orçamento para 2006.