Sucedem-se os dias, dia da Poesia, dia da Árvore, dia da Água, dia da Couve, e o ilustre Finantial Times vislumbra em Portugal a desesperadamente desejada inversão de marcha.
A nossa economia, má cumpridora do código da estrada, com a estabilidade política no retrovisor, pára e ameaça retomar um rumo de crescimento.
Eis a receita para tal prodígio - Portugal, paraíso do golfe. O vulgar português suspeita e suspira, enquanto se inscreve na formação para tratador de relva.
Não foi dramático como se previa, contudo Simão e Micoli foram estrelas de um palco único - Anfield Road. Hoje descobriu-se que a próxima paragem é Barcelona, capital do teatro.
Tudo começou num lance disputado entre Del Horno e Messi. Mourinho, apreciador de Gil Vicente e Shakespeare, saudou as potencialidades dramáticas do jovem mas promissor Messi e considerou Barcelona uma eminente metrópole cultural. Já na Catalunha comprovou a excelência de um outro actor - Ronaldinho Gaúcho - e despediu-se da Liga dos Campeões com beijos arremessados para a plateia de Camp Nou (e ainda há quem diga que este homem é intratável).
Entretanto a modesta companhia teatral de Lisboa, um Benfica esforçado avançou com mérito ultrapassando o Liverpool. Marcou três golos (esteticamente admiráveis) e não sofreu nenhum, justiça indiscutível. Aliás, não será de mais assinalar que esta receita aplicada ao ex-campeão europeu foi também servida ao igualmente ex-campeão europeu de 2004, F.C.P., no campeonato nacional.
Agora aguarda-se um desenlace trágico, o humano Benfica enfrenta os deuses de Barcelona. O senhor Encarnado não desiste, há que combater o paganismo.
Indiciando falta de inspiração, ZD inicia o mês de Março com uma citação de Phil Collins no título do artigo, mas, efectivamente, no passado dia 25 de Fevereiro o Zorro Danado, espadachim da blogosfera, completou um ano de existência, contra todas as probabilidades.
Um ano depois, o universo persiste, o planeta Terra subsiste e Portugal insiste. A ocidente e a oriente nada de particularmente novo, excepto a crispação. Resta a ZD assumir o trivial no seu blog manhoso.
O futuro? Há que assumir a continuidade, permanecendo a preguiça, a irreverência, a espontaneidade e as aparições irregulares do senhor Encarnado.
Afinal o homem que amava cerveja não está assim tão distante.
P.S. ZD reconhece que esta mania de criar títulos citando canções já enerva.