É incontornável, a chuva e o vento destes últimos dias não esconderam o desnorte de um governo que começa a alvejar os pés. O corajoso reformismo cede às incongruências, às mentiras, à crise para uns e bonança para outros. Hoje alguém corajosamente lembra nas páginas do Público a proximidade entre as trapalhadas deste governo e os tempos de Santana Lopes.
Sacrilégio!, exclamarão os socráticos mais convictos. No entanto, parece que para este governo o período de graça tem os dias contados. Sócrates, O Desejado, projecta no espelho Santana Lopes, O Proscrito, entre a imagem e o reflexo surge o lodaçal de Guterres.
Adivinhava-se mais tarde ou mais cedo que o nosso bonacheirão José Sócrates e o seu não pequeno séquito, à força das corajosas e impopulares medidas de governação, chegasse ao entroncamento da contestação. A manifestação desta semana, as greves anunciadas não desviarão certamente o bravo Sócrates do caminho traçado e aplaudido por insuspeitas instituições. No entanto, um entroncamento impõe sempre uma breve pausa e surge a pouco original questão: E agora, José?
Entre a arrogância cavaquista e o diálogo guterrista, Sócrates não resistirá a insistir no discurso estafado dos sacrifícios necessários e continuará a arranhar a superfície de problemas profundos, sacrificando quem pode sacrificar e esquecendo os intocáveis que permitem que os políticos não conheçam o amargo desemprego.
Arrastado pelo vendaval dos últimos dias para a costa atlântica, ZD volta às lides bloguianas. No entanto, ao contrário de Maria de Lurdes, recusa a porta dos fundos.
Os espinhos de uma liderança sem rei nem roque tornam-se mais agrestes, e agora até os pobres alunos já vociferam confusos gritos de ordem que a ministra, que não acertou com a entrada principal da escola, tem dificuldade em ouvir