No seu travestismo perene, ontem surgiu o Sócrates amansado e as notícias não eram as melhores. Estrategicamente seis milhões de portugueses nesse momento andavam às voltas com o sortilégio do Glorioso em terras germânicas (também este perene).
Tímido, aqui e ali terno, o engenheiro anunciou o que há muito era expectável. A maior crise financeira dos últimos tempos escamoteia no discurso do primeiro-ministro a incapacidade de um governo que apregoou a modernidade (Onde vais tu, TGV?) e o estado social para manter o poder.
Um país sem rumo, um governo incompetente, décadas de desbaratamento do erário público - o resultado é óbvio: a subida dos impostos e o corte nos vencimentos da função pública. Não era necessária uma elite dos nossos economistas (a maioria destes ex-desgovernantes) para apontar o caminho.
E foi assim ontem, austeridade para o jantar (e para alguns) e quem tinha costeletas para a refeição aproveitou, pois os tempos que se aproximam são de arroz com arroz.