Do vento que nos domestica é esta semana um espelho cristalino. Fosse a energia eólica o motor da recuperação de um país e Portugal, a julgar por Aveiro, transfigurar-se-ia na locomotiva europeia. Ficam os versos de Ruy Belo, que sabia o valor do vento:
«O vento é o melhor veículo que conheço
só ele traz o perfume das flores só ele traz
a música que jaz à beira-mar em agosto
mas só hoje soube verdadeiramente o valor do vento
o vento actualmente vale oitenta escudos
partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto».