Há longo tempo que não ando por este antro. Entretanto a austeridade assenhoreou-se do correr dos dias e acentuou-se o declínio de uma sociedade portuguesa que se rendeu às evidências da troika e de mais um governo que pseudoencontrou a tocha que nos irá indicar a saída que não existe.
Não há muito a acrescentar, abutres que se alimentam do cadáver exangue que é Portugal no século XXI, os nossos governantes abriram a caixa de Pandora - as reformas são orientadas pelos doutos conselheiros da troika e a oportunidade é de ouro. É uma inevitabilidade, é uma fatalidade, a crise internacional, o desequilíbrio entre a despesa e a receita, a diminuta produção, a função pública, o décimo terceiro e o décimo quarto meses. Admirável mundo velho, porque nada é novo.
As mãos nos bolsos, pois não adianta reclamar justiça. Terra de presumíveis inocentes e de anjinhos, de arranjos e de favores, Portugal usa a balança da mulher com a venda para pesar robalos e pão de ló. No país da impunidade, justo é cada um governar-se e, na verdade, é o que a nossa classe política tem feito desde o 25 de Abril.
ZD ainda discorda do seu tio Jorge, mas não tanto como há uns anos: «Sobrinho, ditador é melhor, há menos gente a roubar!».