Domingo, 15 de Abril de 2012
Dos labirintos
O fim de semana, que se precipita para o seu fim, foi pontuado pela cinefilia, que se tornou nos últimos tempos menos voraz por aqui.
- O primeiro capítulo foi Nos Idos de Março, fábula política de um nome que se tornou particularmente relevante num cinema pontuado por uma certa gravidade e inteligência, relativamente próximo de uma estética clássica, e movido pela vertigem de uma realidade que domina a sociedade norte-americana, e, de forma genérica, a nossa contemporaneidade ocidental - George Clooney.
- O segundo capítulo foi o magnífico A Pele Onde Vivo, filme porventura mais cerebral do que os anteriores de Almodóvar, porém, percorrido pela contínua pulsão de uma obra que indaga no corpo humano a essência do que somos. Neste labirinto almodóvariano, Antonio Banderas veste gelidamente o fato de um Frankenstein que se encontra refém da sua criação e perturba.
Das vinhas velhas
Da Quinta do Crasto abrange-se o Douro e o envelhecer ganha sentido. As cepas trespassadas pelo passar dos anos ganham estatuto e transfiguram-se em essência de vinhos que nos desafiam.