Nos últimos dias a tentativa de amainar as cólicas de F. tem propiciado algumas horas de televisão e para encetar uma minimaratona cinematográfica. Comecei por dois filmes de 2012: «To Rome with love», de Woody Allen - bilhete postal da cidade romana que se perde nas suas ruas, incapaz de dar espessura aos delírio das sequências narrativas, sugerindo que a fonte europeia está seca no cinema all[i]eniano - e «Taken 2», de Olivier Megaton - prolongamento desnecessário do baueriano ex-operacional da CIA Brian Mills (Liam Neeson), personagem que me havia interessado no primeiro tomo, providenciando também um bilhete postal de Istambul, este mais obscuro.
Este início relativamente dececionante da minimaratona levou-me a recuar a 1999, mais concretamente a «The end of the affair», de Neil Jordan, adaptação do romance de Graham Greene. O título do romance e do filme reflete expressivamente a matéria abordada - o tempo que se escoa. Ralph Fiennes e Julianne Moore encarnam as personagens que se amam nos escombros da guerra.
Recuando cinco anos, já na reta final, avancei para «Ed Wood», de Tim Burton, realizador que se encontra na órbita do cinema que mais me interessa. «Ed Wood» respira cinema por todos os poros e celebra o cinema enquanto visão no seu amplo sentido. Mitificando um período do cinema norte-americano, o filme de Tim Burton, sob a sombra do magnífico Bela Lugosi (brilhante Martin Landau) e embarcando no delírio de Ed Wood (solar Johnny Depp), reflete a aventura de um ensemble de marginais no meio de uma indústria cinematográfica trituradora.
Ainda que este país não pareça nos pertencer, ZD redescobriu o fulgor do litoral escarpado nas cercanias do cabo da Roca e numa segunda à tarde ouviu o encanto do Búzio na praia das Maçãs. Na sala de onde se podia espreitar a praia sem as maçãs não se passou das entradas: o camarão, a sapateira, a amêijoa, a lapa e a surpreendente lulinha frita, temperados pelo cheiro das ondas que se desfazem na areia.