Os passos em falso de Coelho prenunciavam há demasiado tempo a realidade presente. Saiu Gaspar, estrategicamente a paciência de Portas expirou, o tempo de Passos Coelho é o pretérito, que lamentavelmente deixa marcas no presente e no futuro. Em Portugal jaz mais um governo.
Como Sócrates, Passos Coelho é o rosto de uma geração política que cresceu nas juventudes partidárias, aprendeu a mascarar currículos e, refém das clientelas partidárias e dos grupos económicos que os alimentam, mergulhou o país neste abismo. Portugal deve a estes senhores que folcloricamente passeiam a sua bandeira na lapela do casaco uma inquirição rigorosa sobre as responsabilidades que tiveram no desastre presente.