Corria o ano de 1987 e, com 13 anos, era um adolescente atreito a impressões fortes. É neste ano que me confronto (e me impressiono) com o apelo desarmante do single Sign 'O' the times. A simplicidade musical e lírica da música é projetada num videoclip pontuado também pela simplicidade e povoado pelos versos que transpiram um certo ressaibo social. É evidente que esta aparente simplicidade ganha contornos de equívoco na obra de um artista que sobretudo se afirmou pelas vias da excentricidade, da fusão e da provocação. Distanciei-me na década de 90 da obra de Prince, porventura envergonhado desta música que fazia bater o pé, e perdi-lhe o rasto no século XXI. No entanto, quando regresso, é o álbum Sign 'O' the times que se impõe e a verdade é que há por aqui ideias musicais mais frescas do que em grande parte da música que por aí anda. Façam o favor de (re)ouvir, para além do single, The ballad of Dorothy Parker, Starfish and coffee, Strange relationship, I could never take the place of your man ou The cross.