Em jeito de comentário ao comentário de Robin na última semana, três notas:
- Falar em classe dos professores não faz muito sentido em Portugal, uma vez que o único ponto em comum dos milhentos professores neste país é a designação. Os inúmeros sindicatos, a desunião patente, o exercício de distintas funções são sinais inequívocos de uma classe (com o sentido de grupo de profissionais) que não existe verdadeiramente.
- Robin opta por um comentário em surdina, usando adjectivos como breve comentário, pequena crítica e o diminutivo mundinho. É verdade que não tem razão quem fala mais alto, mas, de há uns tempos para cá, quer aqueles que atacam os professores e as suas regalias, quer aqueles que julgam que os professores carregam nas costas a ingratidão de uma sociedade que endeusa a actuação deste governo no que concerne às questões da educação esgotaram os argumentos e gritam cada vez mais alto com a vã esperança de ver a razão cair para o seu lado.
- É confrangedor o estado da educação em Portugal e parece que todos têm um palpite a dar (muitos sem a menor ideia do que se passa no interior de uma escola). Num espaço de quinze anos foram imensas as mudanças, ou, com maior rigor, os remendos, e a educação necessita de uma verdadeira reforma que coloque um ponto final à insolência e inércia dos alunos, à passividade dos professores e à ausência dos encarregados de educação.
De Robin a 8 de Março de 2007 às 09:56
Um artigo que não critico pois concordo com o que escreves.
De Anónimo a 8 de Março de 2007 às 17:12
Quando não se sabe não se critica. Tens toda a razão, Robin. Serás Robin dos Bosques ou da Mata?
De Susana Campos a 8 de Março de 2007 às 17:12
Quando não se sabe não se critica. Tens toda a razão, Robin. Serás Robin dos Bosques ou da Mata?
De Robin a 12 de Março de 2007 às 10:50
Resposta apenas e exclusivamente para a minha "querida" Susana Campos, mas claro que todos estão convidados a comentar o mesmo, principalmente professores e de preferência professores "frustrados". Aproveito para relembrar o meu comentário ao artigo do Zorro Danado:
"Um artigo que não critico pois concordo com o que escreves."
A palavra "concordo" significa (Fonte: www.infopedia.pt):
1. estar de acordo;
2. ter concordância;
3. condizer;
Daí ter ficado surpreendido com o comentário da minha "querida" Susana Campos, "Quando não se sabe não se critica", ou seja, só se critica quando se quer dizer mal de algo? Será que a critica positiva existe na linguagem do docente?
É verdade que não sou professor minha "querida" Susana Campos e devo confessar que és das pessoas mais inteligentes com quem me deparei nos últimos tempos. Ter a coragem de escrever que "pois não estás minimamente dentro do que realmente é a educação e as drásticas mudanças que a Senhora Doutora ministra tem vindo a preconizar." após teres lido perto de 50 palavras escritas por mim é obra. Deves estar possivelmente num patamar superior para te dares ao luxo de fazeres estas afirmações.
Aliás, estou com bastante medo da tua reacção a este comentário pois a tua capacidade de análise assusta-me. Será que os teus alunos têm capacidade para te acompanhar o raciocínio?
Volto a insistir para sairem do vosso "mundinho" e abrirem um pouco as "palas" que têm à frente dos olhos. O mundi não gira à vossa volta e vocês não são mais nem menos que os outros ...
Os meus "saudosos" cumprimentos minha "querida" Susana Campos
De Flyweasel a 8 de Março de 2007 às 10:48
O estado da educação de hoje muito deve aos anos de vacas gordas em que ser professor e ensinar era um estatuto e não um dever... para o qual contribuíram, sem dúvida, muitos que não sendo professores de formação optaram por esta carreira apelativa, e muitos que optaram pelo ensino para fugir à "bandida matemática"... Perdoem-me os que não se encontrem nesta situação... Posso estar a generalizar, mas a amostra a que me refiro tem algo de incómodo...
De Susana Campos a 8 de Março de 2007 às 17:10
Olá Zorro Danado!
Sem dúvida concordo contigo, tens o dom da palavra.
Quanto a ti Robin aposto que não és professor, pois não estás minimamente dentro do que realmente é a educação e as drásticas mudanças que a Senhora Doutora ministra tem vindo a preconizar.
1 - Se falar em classe de professores faz pouco sentido, a culpa não é concerteza do governo. A história tem demonstrado que é nos momentos difíceis que as pessoas se unem em prol de objectivos comuns. (Até) Nisso os professores são diferentes, porque quanto mais se degrada o estatuto, maior é a divisão e a proliferação de movimentos em jeito de “meia dúzia por si”.
2 – Aborda-se este tema com pomposas designações, como a que titula este post , de Estado da Educação, quando na verdade o que vejo discutir é o “estado” do professor. Já estão a dar murros na mesa e a dizer que são indissociáveis, facto com o qual concordo apenas em parte, contudo em toda esta exposição pública de centenas de horas e páginas ocupadas nos meios de comunicação, só falam (os professores) nos ataques à “classe” e não em medidas para melhorar o sistema educativo.
3- Li aqui em comentário nas “drásticas mudanças” que têm vindo a ser implementadas. Há um fenómeno sociológico designado, genericamente, por Resistência à Mudança. No meu entender grande parte da explicação desta febre reaccionária passa por aqui. Há décadas que a degradação da carreira docente é uma realidade e só quando se interfere com o MAU sistema instalado é que surgem as greves, manifestações, indignações, etc...
4 – Os tempos de mudança e de reestruturação não são algo exclusivo dos professores, todo o mercado laboral está a adaptar-se às novas realidades: excesso de oferta de mão-de-obra, dificuldades no 1º emprego, desemprego, salários baixos; portanto tirem lá a cabeça debaixo da areia senão ainda cai para dentro.
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