Sem pompa nem circunstância, Beterraba começa por afirmar "a culpa não é concerteza do governo", acrescenta - "só falam (os professores) nos ataques à “classe” e não em medidas para melhorar o sistema educativo", condena a "resistência à mudança" e a "febre reaccionária" e conclui: senhores professores, "tirem lá a cabeça debaixo da areia senão ainda cai para dentro".
ZD concorda que começar com uma certeza confere vigor ao discurso, portanto reconheça-se o rumo que este governo deu à educação e a firmeza no leme. Um exemplo será a questão insignificante da TLEBS, onde o governo assobiou para o ar enquanto a discussão limitou-se às escolas, hesitando posteriormente quando vozes, sobretudo na comunicação social, se levantaram contra esta trapalhada.
Quanto às medidas para melhorar o sistema educativo (designação nada pomposa), os professores poderiam ser mais interventivos, no entanto, a profícua actuação do ministério da educação, convicto que os professores são parte do problema e não da solução, não lhes deixa grande espaço de manobra. Beterraba acredita que os tempos de mudança e reestruturação não se compadecem com os caprichos dos professores e estes devem olhar em seu redor e ver que o mar está agitado em todos os lados.
No entanto, a teoria da avestruz faz sentido, ou seja, faz sentido o professor estar mais atento ao que o rodeia e observar os sinais de excelência que chegam de outras áreas da nossa sociedade, faz sentido o professor ter a consciência que não é o centro da engrenagem, faz sentido o professor ser mais exigente com os outros profissionais que o rodeiam, faz sentido o professor saber que a culpa do estado do país não deve morrer solteira e a culpa não é concerteza do governo.