Julho avança e Portugal superintende a União Europeia.
Sócrates sobe mais um degrau, agora é o homem providencial não só para o território lusitano, mas também para o continente europeu.
O seu percurso daria uma interessante ópera bufa.
Com preocupações superiores ao país que governa, amparado por sondagens simpáticas, protegido por fiéis lacaios que promoveu a ministros, aguardando a vitória de António Costa na Câmara Municipal de Lisboa, Sócrates segue imperial.
As vaias, as manifestações são orquestradas por actores menores e contrariam a confiança que o povo em geral deposita na determinação, na coragem deste primeiro-ministro, afinal na era pós-socrática os portugueses vivem melhor. Os impostos continuam a subir, o desemprego continua a crescer, os gestores públicos continuam a enriquecer, a função pública encontra-se em águas estagnadas (tal como o novo aeroporto), ocasionalmente é melhor olhar por cima do ombro antes de dizer o que pensamos, mas os portugueses vivem melhor e, se António Costa ganhar no próximo domingo as eleições, também os lisboetas passarão a viver melhor.
Nesta ópera bufa a vulgaridade triunfa.