Após a curta vitória por 2-1 frente ao FC Copenhaga e o empate no Bessa com o Leixões, a época estava comprometida e o engenheiro via as portas de saída abertas. As palavras "Vamos ser campeões" não curaram a desconfiança que o povo benfiquista sempre revelou em relação a um certo conformismo de Fernando Santos.
ZD há um ano mostrava-se resignado e céptico em relação à época que se iniciava, convicto que o Santos não faria milagres. Um Simão Sabrosa vintage, um Katsouranis goleador, um Luisão autoritário, um Petit buliçoso e um Micolli irreverente conduziram o Benfica, após o desastre inicial, a uma recuperação interessante no campeonato e a uma meritória carreira nas competições europeias. No entanto, o final de época foi penoso e o saldo foi a eliminação nos quartos de final da Taça UEFA e o terceiro lugar no campeonato.
A margem de manobra de Fernando Santos era nula e as saídas de Simão e de Manuel Fernandes no início desta época, mais do que as frouxas exibições da equipa, foram o estertor do engenheiro.
Luís Filipe Vieira foi o cangalheiro de Fernando Santos e viu no seu parceiro de férias castelhanas a emenda para o erro de palmatória que foi a recondução do engenheiro nesta nova época.
Camacho herdou os escombros de uma equipa pensada por Fernando Santos (Simão e Manuel Fernandes seriam decerto pedras basilares desta), mas herdou também o renascido maestro Rui Costa que poderá ser o administrador de um consórcio ofensivo sul-americano (Cardozo e Di Maria prometem).