ZD confirmou ontem que a oposição ao actual governo encontra semanalmente o seu momento de maior fôlego ao domingo à noite no canal 1 da RTP (esse bastião da resistência às pressões), e não é pela voz do professor Marcelo Rebelo de Sousa.
Os Gato Fedorento e o programa Diz que é uma espécie de magazine resistem nesta segunda temporada a um conformismo tipicamente lusitano e a esta nortada socialista com tiques de autoritarismo e criam um humor corrosivo que se alimenta da actualidade e do virtuosismo do camaleónico Ricardo Araújo Pereira.
O desequilíbrio na qualidade dos sketchs (inevitavelmente desigual) não impede que o Gato Fedorento preserve a refrescante acidez de um humor que assedia o poder político, persegue a mediocridade do nosso audiovisual e se inscreve numa tradição vetusta de escárnio e maldizer.
Luís Filipe Menezes no caminho que inicia não tem tempo a perder, porque para já no teatro da oposição os Gato Fedorento são os protagonistas.