O episódio que teve como protagonistas o presidente Hugo Chavez, o rei Juan Carlos e o presidente Zapatero permitiu a ZD um breve momento de tréguas em relação à monarquia.
O aparato dos monarcas tem a utilidade daquele jarrão esquecido no canto da sala, os casamentos reais não passam de descargas dispendiosas de fogo de artifício e a família real é alimento para a esfaimada imprensa cor de rosa.
No entanto, as palavras do rei Juan Carlos propiciaram um momento de empatia com a monarquia. Sem estar amarrado ao arrazoado diplomático de Zapatero na defesa de Aznar, Juan Carlos utilizou a única linguagem acessível à arrogância de um ditadorzeco que se reclama socialista, que se escuda na exportação de petróleo e que, mais cedo ou mais tarde, está condenado à extinção (para alívio da pobre Venezuela).
P.S. Por que não te calas? Interrogação simples e incisiva. A sua repetição torna-se apetecível:
Por que não te calas, Mário Lino? (Perdido no papel de advogado das obras do governo e incapaz de duas afirmações consequentes.)
Por que não te calas, Maria de Lurdes? (O silêncio é de ouro.)
Por que não te calas, Alberto João Jardim? (Já não há paciência.)
Por que não te calas, Miguel Sousa Tavares? (As agressões de Bynia, Ricardo Silva, Anselmo e a delicadeza desse gentleman Bruno Alves - maldita miopia.)
Por que não te calas, ZD? (O silêncio é de ouro.)