Correia de Campos e Isabel Pires de Lima foram vítimas dessa madrasta dos governantes: a remodelação. Um por excesso de contas, outra por excesso de maquilhagem. Ambos por excesso de incompetência.
A remodelação poupou Mário Lino, Manuel de Pinho e Maria de Lurdes Rodrigues (ZD não tem dúvidas que, se os professores tivessem um vestígio do poder de influência dos médicos, esta senhora não escaparia à vergasta). A verborreia, a ingenuidade e a arrogância destes ministros não foram vergastadas, o excesso de incompetência aqui permaneceu impune.
José Sócrates, o mentor da remodelação, retirou o pó à máquina de calcular e, vislumbrando o ciclo legislativo, tratou de expurgar o governo e dar indícios de uma suave mudança no rumo da governação.
O arquitectado coro de assobios que teima em perseguir o primeiro-ministro tenderá certamente a diminuir após a remodelação. Manuel Alegre participará em menos comícios. O desgaste dos dois ministros não se alastrará ao bonacheirão José Sócrates, que tem andado na estrada, dando destaque aos óbvios sinais de sucesso e esperança neste país transformado e rendido à capacidade reformadora do governo.