O vento frio e seco conduziu ZD na semana passada a Salamanca, cidade de estudantes situada nas margens do rio Tormes. ZD já por aqui havia passado numa noite de Inverno e cravada na memória ficara a monumentalidade da Plaza Mayor, portanto o regresso impôs-se.
Salamanca emerge da placidez do campo onde vacas e ovelhas pastam. O centro da cidade é evidente pelo seu peso histórico e as tabuletas apontando na direcção dos hotéis multiplicam-se.
Na descoberta da cidade, a Plaza Mayor, esplendorosa praça barroca erigida na primeira metade do século XVIII, é a referência para os diferentes percursos que permitem que o encantamento da cidade se abata sobre o ocasional visitante. A Casa de las Conchas (onde as conchas da fachada atenuam a austeridade gótica), a Catedral Vieja (fascinante) e a Catedral Nueva (imponente edifício que também sofreu com o terramoto de Lisboa de 1755), a Universidad (a magnífica fachada é um quadro desenhado com o cinzel na pedra), a Casa de Lis (museu onde o ferro invade a pedra e que abre as portas para a Arte Deco e a Arte Nouveau) são evidências deste encantamento.
À noite, a Plaza Mayor permanece a referência para a integração na movida noctívaga. Evitar restaurantes que confundem um bife com uma fatia de fiambre não é simples, por conseguinte as tabernas tornam-se locais mais apetecíveis para descobrir os tintos da Rioja ou da Ribera del Duero.
No regresso a Portugal, breve incursão nas Terras de Toro. A muy noble, muy antigua y muy leal Ciudad de Toro é uma terra de vinho, porém rica em história e arte. A atenção de ZD centrou-se no vinho. Uma visita à Bodega Liberalia e a degustação de tintos jovens e crianza realçam o valor das cepas de um século que trazem a Tinta de Toro e a qualidade dos vinhos produzidos.
Já por caminhos transmontanos, ponto final (talvez se justificasse o ponto de exclamação) neste périplo com uma sumarenta posta mirandesa no restaurante A Lareira de Mogadouro.
Segue-se o Memorial do Convento.