ZD não consegue disfarçar o registo monocórdico que pauta este antro blogueiro: Sócrates para aqui, futebolices para acolá, com filmes, concertos, álbuns, divagações meteorológicas, citações ocasionais a surgirem intermitentemente.
Não, não se trata de mais um balanço desencantado desta faina, nem de uma nova censura à insistente redundância de ZD. Nestes dois parágrafos apenas se trata de comprovar a superfluidade desta prosa.
Entre Aveiro e Espinho, surgiram nos últimos tempos o fulgurante uivo de Bob Dylan em Blood on the Tracks e a magnificência cortante da canção If You See Her, Say Hello, descoberta na aspereza sexualmente explícita (com caução literária) da série Californication, que no estimado canal 2 da RTP se segue ao humor suburbano e alucinado, com um forte travo melancólico, da série Weeds. Surgiu também a quarta temporada de Lost (e a desorientação não diminuiu com as prolepses). Surgiu o berbequim sádico do tarantiniano (versão gore) Hostel de Eli Roth.
Surgiu ainda um Portugal irremediavelmente desalentado, perdido na encruzilhada de uma economia que não acelera (depauperada pela ausência de investimento), de uma escalada vertiginosa do preço do gasóleo e da gasolina, de um primeiro-ministro que deixou de fumar.