Terça-feira, 4 de Novembro de 2008
Da condensação a Entre les murs
Evaporado há algum tempo, este frio de Novembro permitiu a condensação de ZD e o regresso à faina bloguiana (por breves instantes).
- Primeiro de Novembro, dia de todos os santos. Romaria da Lusitânia profunda aos cemitérios. Aqui relembra-se o sentido de justiça da morte - À morte niguém escapa, nem o rei nem o papa. No entanto, nem todos mortos descem à terra, alguns resistem nos jazigos construídos sobre o solo, contrariando o espírito democrático da ceifeira.
- Do incenso nos cemitérios ao incensado Magalhães, por que é que Sócrates não poupa ao ridículo os assessores, os professores transfigurados em agentes de marketing e os portugueses em geral?
- O BPN vai ser nacionalizado. O Banco de Portugal, entretido com previsões lisonjeiras para a economia portuguesa, não se apercebeu da degradação desta instituição e o governo, responsavelmente, não vê alternativa à nacionalização. O contribuinte pagará a factura de um estado demasiado previdente em relação à crise do sector bancário e alheio às pequenas e médias empresas que vão fechando as portas semana após semana.
- Hoje é dia de eleições nos Estados Unidos da América. George W. Bush KO (bendita limitação de mandatos). Obama na pole-position.
- Aimar e Suazo desenharam um momento de magia no passado domingo, Reyes (que também já foi mágico) abriu a janela da angústia. Este Benfica de Quique não é só flores, mas o perfume de olhar para trás e ver os eternos rivais é irresistível.
- Entre les murs de Laurent Cantet (a tradução portuguesa - A turma - é uma vez mais flagrantemente redutora) - obra incontornável (e realce-se o valor cinematográfico em detrimento do mérito sociológico). Os dois planos finais (o entusiasmo na partida de futebol entre alunos e professores no recreio e a sala de aula vazia) são reflexo de dois impulsos que marcam este olhar complexo e elevado sobre a ESCOLA: o idealismo e a vertigem do vácuo.