Os comentários beterrabianos são sempre um bom pretexto para um novo artigo sem nada de novo.
É verdade, a opinião pública em geral não tem um conhecimento rigoroso do que se passa no interior das escolas (o mesmo acontece em relação aos hospitais, tribunais, gabinetes ministeriais, sedes de instituições, BPN, etc.) e neste alarido actual não surpreende a rasura de argumentos convincentes de ambas partes neste braço de ferro. No entanto, quando o ministério recomenda que o modelo proposto de avaliação dos professores não seja levado à letra pelas escolas, parece reconhecer o excessivo peso burocrático do mesmo. Por outro lado, os professores (ou parte dos professores) sabem que a avaliação é um assunto sério e há locais próprios para a sua discussão e para esgrimir os devidos argumentos. Quanto à opinião pública em geral, com esta lidará a eficiente equipa de marketing do nosso governo (os assessores do engenheiro e os seus Magalhães).
Parece que o Financial Times na avaliação do desempenho dos ministros europeus das finanças colocou o nosso Teixeira dos Santos no último lugar do ranking. É pena não existir o Educational Times.
Relativamente aos senadores da nação, Beterraba lembrou-se do falecido Álvaro de Cunhal (nesta seccção, ZD acrescentaria Francisco Sá-Carneiro e Lucas Pires), o retirado Adriano Moreira, para além do desalinhado Manuel Alegre. Este deputado foi eleito pelo Partido Socialista (e não pelo governo), tem assento na Assembleia da República e possui certamente a liberdade de não subscrever todas as medidas desenvolvidas pelos diferentes ministérios. Neste rebanho socialista, viva a ovelha negra.