Outrora solenizada por Durão Barroso (que entretanto partiu para Bruxelas à procura de uma cueca de maior dimensão), a tanga transformou-se no fulcro do discurso dos políticos lusos, ou seja, a oratória na nossa res publica não vai além da arte da tanga.
Na campanha para as europeias, os estafados discursos do PSD, CDS, PCP e BE não suscitam mais do que um longo bocejo e, curiosamente, é no partido do poder que se encontra a novidade. Após desencantar Vital Moreira (um Gepeto para consumo europeu e um avô Cantigas para consumo interno), não se sabe bem de onde, o PS tem levantado interessantes temas nesta campanha: o iberismo (de algum modo folclórico, de algum modo desesperado) no refrescante arranque de campanha com o par Sócrates e Zapatero (os Dupond e Dupont ibéricos); a reciclagem (Correia de Campos, costela reformadora mais incisiva deste governo, também corre para a Europa); a clonagem (Elisa Ferreira fará a prelecção sobre este tema).
Viva a Europa, viva a tanga.