O clímax dos tíbios debates entre os líderes dos partidos com maior expressão na nossa vida política encontra-se agendado para a noite de amanhã e não se prevê a febre de sábado à noite.
Antecedido pela derrota estrondosa de Manuela no debate com Portas (8-1, para o Portas, dizem os politólogos na SIC-Notícias) e pelo encontro de extremos esta noite (BE vs. CDS-PP, ou seja, combate às grandes fortunas vs. combate ao Rendimento de Inserção), o embate de amanhã entre Manuela Ferreira Leite e José Sócrates é o confronto de duas faces da mesma moeda - uma mais cinzenta, gasta; outra mais polida, mas não menos deteriorada - e a verdade é que Manuela e Sócrates circulam pelos corredores e gabinetes da política nacional há demasiado tempo e não é o ar simpático, bonacheirão, descontraído (riscar o que não interessa) do engenheiro, escrupulosamente gerido pelos assessores, que o distancia de Manuela.
Após o debate de amanhã, que, num exercício de futurologia, deverá ter um resultado semelhante ao 8-1, interessaria sobretudo pensar no P.S. (Post-Sócrates), e eventualmente no P.M. (Post-Manuela), porque dificilmente o governo resultante desta eleição deixará de ser de transição e também dificilmente Jerónimo, Louçã e Portas (e respectivos partidos) deixarão de ser quem são.
Da claustrofobia à asfixia foi um curto passo. Impõe-se um plano de contingência, impõe-se um novo rumo without them (eufemismo de fuck them).