Dizem que a originalidade se perdeu nos séculos e tudo nos dias que correm é repetição («a única diferença está em que o Agamémnom anda hoje de automóvel» - escreveu Augusto Abelaira em Outrora Agora).
Elisa Ferreira recuperou, na campanha para as autárquicas, o tema das gamelas e o povo, que já lhe havia consentido uma (e ainda por cima europeia), sabiamente não lhe permitiu uma segunda gamela (com vista para o Douro). A adopção de metáforas porcinas pode indiciar algum esgotamento do discurso político, mas estas, sem dúvida, assentam que nem uma luva à classe.
De extraordinária vitória em extraordinária vitória, o nosso extraordinário e reeleito primeiro ministro articula a palavra diálogo como se não houvesse amanhã e já descobriu que it takes two to tango. Talvez não seja tarde para o país, mas para o engenheiro será com certeza, pois, como diz o povo, burro velho não aprende línguas.