Acabado de chegar da Madchester, Carlos Queiroz prometeu renovar a selecção nacional e, nesta funesta campanha de apuramento para o Mundial 2010, cumpriu: renovou o sofrimento dos portugueses que seguem com um mínimo de interesse as andanças da equipa nacional. Com Cristiano Ronaldo ou sem Cristiano Ronaldo, a mediania (eufemismo de mediocridade) competitiva da nossa selecção une o país na crença de sucessivos milagres que levarão Portugal à África do Sul.
Poucas dúvidas restarão sobre a incapacidade de Queiroz para solucionar os problemas herdados da era Scolari (época de algum briho que continha já em si a semente da decadência), nomeadamente o guarda-redes (Eduardo prossegue a linhagem de guarda-redes medíocres na selecção), o defesa-esquerdo (a inconsequência de Paulo Ferreira, Duda e Miguel Veloso), o ataque (a ideia de renovação de Queiroz passa por Liedson, o melhor avançado brasileiro a actuar na liga portuguesa, que esperou até aos 30 ser convocado para a selecção brasileira e aos 31 concedeu aumentar o relevo do sotaque brasileiro na portuguesa), uma ideia de jogo que não se limite às correrias de Bosingwa e Cristiano Ronaldo ou aos pormenores de Deco.
Duvidoso também será o futuro de uma selecção deprimida de um país deprimido com um seleccionador que nos deprime. No entanto, já dobrámos o Cabo das Tormentas e como diz o diabo vicentino:
Tomarês um par de remos,
veremos como remais