Segunda-feira, 7 de Dezembro de 2009
Da mão de Henry aos mal-amados
Em França, contam a estória que se segue:
O senhor De La Main tem dois filhos. Quais são os nomes dos seus filhos?
O Thierry De La Main e o Henry De La Main.
Se o mundial de futebol de 2010 prometia ser o mundial de África, o França- Irlanda do play-off de apuramento transfigurou-o no mundial da mão de Thierry Henry (no rasto da mão de Deus e da injustamente esquecida mão de Vata), sucedendo ao mundial da cabeça do Zidane. Portanto, o chauvinismo francês insiste em ofuscar os anfitriões dos mundiais, impingindo-nos o palhaço Domenech e a sua câmara de filmar imaginária. No grupo A, ZD é adepto fervoroso da África do Sul, do México e do Uruguai.
Quanto ao grupo G, dominado pelo duelo fratricida Portugal-Brasil (com os filhos mal-amados Deco, Pepe e Liedson na liça) e assessorado pelo Marfim da Costa (a Coreia do Norte será mais forte na corrida ao armamento nuclear do que no futebol), ZD considera a hipótese da tripla.
De Beterraba a 9 de Dezembro de 2009 às 11:44
O facto de integrarmos o mesmo grupo que o Brasil é uma grande ironia. Portugal é indiscutivelmente inferior, claro que há o “nestes jogos tudo pode acontecer”, mas em teoria é algo não discutível. Dunga referiu-se a um Brasil B de Deco , Pepe e Liedson (para já, até Junho mais pode acontecer). Se Junho nos parece ainda distante, rapidamente estará aí à porta e nesse momento se verá dos convocados e do seu momento de forma. De qualquer forma, nesta fase, qual destes jogadores faz realmente a diferença? A meu ver, nenhum. Carrega-se o estigma mas sem o proveito.
Às perguntas óbvias aos jogadores luso-brasileiros sobre o confronto com o país natal, todos responderam concludentemente que “morrerão” por Portugal em campo. Contudo, a reacção mais curiosa saiu da boca de Liedson que, entre outras declarações, desvalorizou o 6-2 registado no particular entre estas duas equipas realizado em 20 de Novembro de 2008 (quase um ano antes de se falar na sua naturalização): «Aquela derrota doeu - sofremos seis golos - mas temos de esquecê-la. É passado.” Esta coisa da naturalidade é mesmo a sério, até as alegrias enquanto Brasileiro automaticamente se transformam em dores profundas como Português.
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