Uma divisa latina no emblema de um clube com raízes intrinsecamente populares é a matriz de uma irracionalidade que percorre as veias e as artérias do povo benfiquista e ontem empolgou um país.
Convertida por Jesus, arrebatada por um futebol obcecado pela baliza adversária, a mole encarnada acreditou. Um Di Maria desconcertante, um Cardozo letal, um Saviola imprevisível, um David Luiz imperial, uma equipa ciosa da bola e ávida de vitórias. Ainda que toldado por uma profunda desavença em relação ao que o Benfica representa, qualquer espectador de futebol sabia que o Benfica seria o natural campeão e não era um exercício difícil reconhecer que algo estava para acontecer (houve quem apenas se apercebesse no último fim de semana da competição).
No entanto, na lógica que parece dividir o país, o Sporting Clube de Braga emergiu como travão de um movimento que não podia ser suspenso. Nos bicos dos pés apreciou as palmadas amigas e adiou a festa. No fim todos assistiram à festa benfiquista e sobrou a azia dos que descobriram uma costela (ou costeleta) bracarense.