Não foi dramático como se previa, contudo Simão e Micoli foram estrelas de um palco único - Anfield Road. Hoje descobriu-se que a próxima paragem é Barcelona, capital do teatro.
Tudo começou num lance disputado entre Del Horno e Messi. Mourinho, apreciador de Gil Vicente e Shakespeare, saudou as potencialidades dramáticas do jovem mas promissor Messi e considerou Barcelona uma eminente metrópole cultural. Já na Catalunha comprovou a excelência de um outro actor - Ronaldinho Gaúcho - e despediu-se da Liga dos Campeões com beijos arremessados para a plateia de Camp Nou (e ainda há quem diga que este homem é intratável).
Entretanto a modesta companhia teatral de Lisboa, um Benfica esforçado avançou com mérito ultrapassando o Liverpool. Marcou três golos (esteticamente admiráveis) e não sofreu nenhum, justiça indiscutível. Aliás, não será de mais assinalar que esta receita aplicada ao ex-campeão europeu foi também servida ao igualmente ex-campeão europeu de 2004, F.C.P., no campeonato nacional.
Agora aguarda-se um desenlace trágico, o humano Benfica enfrenta os deuses de Barcelona. O senhor Encarnado não desiste, há que combater o paganismo.