18 de dezembro é mais um dia sombrio nesta noite que parece não ter fim na margem do Atlântico. Crato é o rosto de uma burla, de um ludíbrio. A Prova de Avaliação de Professores é mais uma evidência que o único critério que rege o ministério da educação e o governo é o extermínio da escola pública enquanto projeto de uma sociedade que se revê num sistema educativo que promove a igualdade de oportunidades e a substituição deste por um investimento do erário público no negócio privado de amigos e conhecidos que vão assegurar nos colégios a manutenção do statu quo de uma pseudoelite que é responsável pela ruína do nosso país. A necessidade de avaliar professores coloca em causa o ensino superior e todos os licenciados - os engenheiros que constroem pontes, os médicos que nos operam, os advogados e as suas leis - e resulta da cobardia de um governo que só afronta os cidadãos mais fragilizados.